
Desde que fracassou na missão de eleger seu sucessor, Edvaldo Nogueira (PDT) assume uma postura de tentar ser contraponto à gestão de Emília Corrêa (PL). Apesar de ser um movimento natural por serem de lados políticos opostos, o ex-prefeito parece ter esquecido que é parte causadora de diversos problemas que assolam a capital, sendo o caos do transporte coletivo um dos mais evidentes.
Com a ampliação dos prazos de adequação das empresas do transporte coletivo de Aracaju e as críticas que a população teceu sobre o caso, o ex-prefeito Edvaldo Nogueira usou suas redes sociais para afirmar que “trabalho sério se faz com compromisso e resultados”, cutucando a atual gestão. Poderia funcionar, se não fosse o fato de que sua gestão não teve resultados positivos nesse setor.
Edvaldo foi prefeito de Aracaju por 14 anos e, durante esse tempo, não fez revolução no transporte coletivo e premiou com subsídios empresas que colocam sucatas à disposição dos usuários do sistema e que há décadas ferem direitos trabalhistas. Quando se é pai do caos, fica constrangedor querer dar palestra sobre como resolver.
Ônibus pegaram fogo e quebraram, catracas duplas começaram a ser implementadas, cobradores de ônibus foram demitidos, tirou a possibilidade de uso sem cartão ao mesmo tempo que não permite a realização de baldeação através dos cartões, entre outros fatos. Não é mero recurso retórico dizer que o caos no transporte público matou trabalhadores. Michael Johnatan Santos de Oliveira foi vítima desse sistema ao falecer após tentar embarcar em um ônibus superlotado.
Ao se vangloriar dos feitos que acha ter, Edvaldo esqueceu de mencionar que, desde maio de 2024, há um crédito aprovado de R$ 36 milhões no PAC para que Aracaju compre 40 ônibus Euro 6, e o prefeito não realizou a compra, sequer informando à população sobre o crédito disponível.
Retomando ao que disse Edvaldo, que “trabalho sério se faz com compromisso e resultados”, posso afirmar que, durante seus anos de mandato, faltou compromisso real com a melhoria do transporte coletivo, e o resultado de sua gestão nessa área foi sofrimento e caos na vida de usuários e trabalhadores. Emília está errando, mas Edvaldo errou demais para querer ensinar.