12 anos sem Marcelo Déda: usar seu nome sem honrar sua luta é vazio

Foto: ASCOM Governo de Sergipe

Nesta semana, Marcelo Déda recebeu diversas homenagens pelos 12 anos de seu falecimento, mas a maior parte usou seu nome sem carregar sua luta não é homenagem. Isso, para mim, é só buscar engajamento vazio, porque a verdadeira homenagem seria ter coragem para dar prosseguimento ao movimento político que o tempo lhe tirou o direito de concluir. 

Lembram que Marcelo dizia querer ser lembrado quando viessem a colher os frutos de seu trabalho? Certamente esse pedido não era vazio de significado. Por mais que seja interessante ter uma sala em sua homenagem na Epifânio Dória, creio que seria muito mais fiel ao sentimento que Déda produziu na nossa gente ter a coragem de enfrentar esse governo neoliberal que aí está.

Um dos posts que exemplifica essas homenagens vazias que citei foi do governador Fábio Mitidieri, que lembrou que o ex-governador dará nome ao Hospital do Câncer. O que me pegou nisso foi que Marcelo Déda era do Partido dos Trabalhadores, ascendeu defendendo servidores públicos, e o hospital que levará seu nome terá trabalhadores sucateados por organizações sociais atendendo ao povo. Ou seja, será uma contradição constante.

E aqui não santifico Déda — como em todos os governos, no dele também houve contradições. Porém, ele vive nos discursos porque teve coragem e determinação para romper o absoluto domínio das oligarquias políticas e levar o PT ao mais alto posto do estado.

Então, me perguntei se essas homenagens estão à altura do seu legado. Minha opinião é que, se estivessem buscando manter seu legado vivo na política, haveria menos pessoas lamentando que “no tempo de Déda a política era melhor” e mais pessoas convictas de que as ideias de Déda continuam vivas na nossa política, mas é mais fácil usar o nome sem lutar a sua luta.

Matéria derivada da produção audiovisual do Sergipense