top of page
  • Instagram
  • Twitter

Após fracassar com os movimentos sociais, Márcio Macêdo pode ser substituído por Guilherme Boulos

  • Foto do escritor: André Carvalho
    André Carvalho
  • 14 de mai.
  • 2 min de leitura
Foto: Leandro Paiva
Foto: Leandro Paiva

A escolha de Márcio Macêdo (PT) para a Secretaria-Geral da Presidência foi um erro anunciado desde o início, dada sua notória falta de conexão com os movimentos sociais. Ainda assim, poderia ter funcionado, caso o ministro demonstrasse competência política. Na berlinda há mais de um ano, a corda bamba em que Márcio se equilibra afinou ainda mais após Guilherme Boulos (PSOL) sinalizar que abriria mão da reeleição, caso fosse convidado por Lula (PT) para integrar o ministério.


Deixando de lado o fato de Márcio atuar como “praça” do governador Fábio Mitidieri (PSD) — contribuindo para minar a oposição de esquerda em Sergipe —, Macêdo tem se revelado um ministro incapaz de lidar com os movimentos sociais ou de construir qualquer capital político relevante. A pasta só não está completamente paralisada porque, felizmente, quadros com real vínculo com os movimentos sociais foram nomeados para cargos estratégicos — alguns, inclusive, indicados por Boulos.


As críticas a Márcio não se restringem a Sergipe. Tornaram-se recorrentes também em veículos nacionais. Pode parecer irrelevante para quem lê o mundo sob o filtro do pragmatismo cego, mas a relação de um governo com os movimentos sociais está longe de ser banal. Em se tratando de um governo petista, negligenciar essa interlocução desmobiliza a base, esvazia a militância e abre espaço para que essa força social se aproxime do centro político.


Ao contrário de Márcio, Boulos construiu sua trajetória junto aos movimentos sociais e mantém com eles uma relação orgânica, sendo respeitado por essa militância. Soma-se a isso o fato de que Boulos tem voto. A substituição, por tão óbvia, irrita que ainda não tenha ocorrido — especialmente ao observar o horizonte desafiador que será a eleição de 2026 para Lula. Boulos tem muito a contribuir com o governo, e não apenas a retirar dele.


Mas, mesmo diante da possibilidade de um acerto tardio, Lula parece pronto para errar novamente. Segundo a jornalista Andréia Sadi, Márcio Macêdo está cotado para assumir a presidência do Ibama. Conceder a Márcio — que demonstrou ineptidão à frente da Secretaria-Geral — o comando de um órgão estratégico como o Ibama é um desrespeito à pauta ambiental. Rodrigo Agostinho (PSB), atual presidente do órgão, tem trajetória reconhecida na defesa ambiental. Márcio já foi superintendente do Ibama em Sergipe, mas quem o acompanha sabe que ele nunca foi voz ativa na defesa do meio ambiente. Lula arrisca repetir o erro de colocar um político dedicado à própria agenda num espaço que exige compromisso com uma causa coletiva essencial.


Commentaires


bottom of page