Chapa de Luiz e Fabiano mantém viva a influência bolsonarista em Aracaju
- André Carvalho
- 25 de set. de 2024
- 2 min de leitura

Embora tenha afirmado categoricamente que “não precisa de Lula” nos debates eleitorais, Luiz Roberto (PDT) usa constantemente sua proximidade passada com petistas para atrair votos. Ao mesmo tempo, o candidato à prefeitura de Aracaju esconde suas fortes alianças com o bolsonarismo.
Indicado por Edvaldo Nogueira (PDT), Luiz representa a continuidade de uma gestão que abandonou progressivamente pautas essenciais para a esquerda, ideologia que impulsionou a carreira política de Edvaldo. A formação de sua chapa expõe claramente que não se trata de um projeto de esquerda, mas de direita.
Seu vice é Fabiano Oliveira (PP), bolsonarista apadrinhado pelo senador Laércio Oliveira (PP). Durante a pré-campanha, Laércio chegou a vetar nomes da centro-esquerda, afirmando que "não se afina muito bem". A afirmação do senador deixa inapelável para quem tentar negar que a chapa do PDT está à direita.
Tanto Laércio quanto Fabiano foram ativos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em 2022. Naquela eleição, disfarçaram o apoio a Bolsonaro no primeiro turno, escancarando seu compromisso no segundo turno, quando Laércio já estava eleito senador — uma tentativa de manter o apoio popular sem se comprometer publicamente com a impopularidade de Bolsonaro.
Enquanto isso, Edvaldo e Luiz, em vez de apoiar Lula, fizeram campanha para Ciro Gomes (PDT), o único candidato de esquerda a se opor à eleição de Lula — um sinal claro de descompromisso com o projeto progressista.
A composição da chapa, seus apoiadores e o financiamento que a sustenta revelam não só a falta de compromisso com Lula para 2026, mas também o avanço de um projeto privatista. Apesar do papel tradicionalmente secundário do vice, o peso de Fabiano e Laércio é evidente. O PP, partido de ambos, já destinou R$ 1,5 milhão à campanha.
O bolsonarismo, embora disfarçado, está presente e influente na chapa de Luiz. E uma candidatura abençoada por um prefeito que desvaloriza servidores e privatiza serviços, além de contar com um senador entusiasta da terceirização e contrário às cotas raciais e para pessoas com deficiência, está longe de representar um projeto popular como o de Lula.
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