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Foto do escritorAndré Carvalho

FASC acontecerá sem patrocínio do governo de Sergipe, realidade oposta à de eventos de aliados


Foto: reprodução prefeitura de São Cristovão

O Festival de Arte de São Cristovão (FASC) é um dos maiores eventos culturais de Sergipe, responsável por reunir artistas de diversas áreas na cidade mãe do estado. Apesar do seu grande impacto, o festival não conta com o necessário apoio do governo de Sergipe.


Criado há 51 anos, o FASC passou 12 anos sem ser realizado, sendo retomado em 2017 e em 2023 celebra sua 38ª edição, tendo como objetivo celebrar a cultura local, promovendo o intercâmbio artístico e fomentando o turismo na região. O FASC celebra a música, a dança, a literatura, o audiovisual, as artes plásticas, o teatro e as diferentes expressões culturais do povo sergipano, em especial, do povo são-cristovense.


Apesar do grande impacto cultural do FASC, o festival se vale do esforço da prefeitura de São Cristovão para a viabilização do evento, sem encontrar no governo do estado de Sergipe o devido suporte. Desde 2017, quando o evento voltou a ser realizado, o governo de Sergipe tem colaborado com a disponibilização do efetivo da polícia militar para atuação nos locais onde acontece o Festival e em seu entorno. Segundo a prefeitura de São Cristovão, neste ano serão 160 policiais militares durante os três dias de evento. 


A prefeitura ainda informou que o governo de Fábio Mitidieri (PSD) disponibilizou a Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) para se apresentar no Festival. Questionada sobre a busca de apoio para a contratação de atrações e para a estruturação do evento, a prefeitura se limitou a dizer que tentou negociar com o Banese o suporte, mas que as negociações não avançaram.


A desatenção com eventos de prefeituras comandadas por prefeitos que são oposicionistas ao governo de Sergipe destoa dos altos investimentos do governo Mitidieri em festas no estado. Limitando-me aos patrocínios, cito Itabaiana e Lagarto, as duas maiores cidades do interior sergipano e com festas importantes. Enquanto a Festa dos Caminhoneiros, de uma prefeitura da oposição, não contou com o patrocínio do governo, o Festival da Mandioca, comandada por aliados, contou com patrocínio do governo e mais R$300 mil da Deso.


Retornando para o insucesso do FASC em conseguir patrocínio do Banese, há um evidente contraste com o robusto patrocínio de R$280 mil do banco estatal do governo de Sergipe para o Pré-Caju, festa privada do vereador Fabiano Oliveira (PP), aliado do governador Fábio Mitidieri. Além do patrocínio, o governo colocou dois blocos na rua, o “Papelão” e o “Prevenção”, e disponibilizou efetivo da polícia militar e do Samu.


Outro evento privado substancialmente favorecido pelo governo e já abordado pelo Sergipense foi a CasaCor, que recebeu R$70 mil em patrocínio da Deso.


Apesar do pouco apoio do governo de Sergipe, o FASC se inscreveu no calendário cultural da região, o que nos faz pensar que com um suporte maior teria a capacidade de inscrevê-lo por definitivo no calendário cultural nacional, assim como ocorreu com o Festival de Inverno de Garanhuns, que acontece conceitualmente de forma similar ao FASC, entretanto, a parceria entre a prefeitura de Garanhuns e o governo de Pernambuco faz com que, por exemplo, o festival se estenda por mais de uma semana.


Além do investimento na sua ampliação por parte do governo de Sergipe, é fundamental que o consórcio metropolitano do transporte coletivo da Grande Aracaju atue no sentido de facilitar o acesso ao Festival. A importância do FASC para o acesso e o fomento à cultura em Sergipe, em sua multiplicidade de vertentes, faz com que seja fundamental que sua realização receba a deferência que outras festividades costumam receber.



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