
O filme "Ainda Estou Aqui" é uma obra marcante que se insere em um contexto crucial de debates sobre traumas do passado que refletem o presente momento. Ao retratar as consequências da repressão durante a ditadura militar no Brasil, o longa transcende o entretenimento e se torna uma poderosa ferramenta de reflexão e conscientização.
A preservação da memória histórica ajuda a consolidar valores democráticos, como a liberdade de expressão, os direitos humanos e a justiça social. Ao lembrar períodos de autoritarismo ou repressão, as sociedades podem reforçar a importância de proteger esses valores.
Nesse sentido, o filme é, de fato, uma obra cinematográfica relevante e impactante no combate às narrativas que minimizam ou glorificam a ditadura militar no Brasil. Ele contribui para a preservação da memória histórica, expõe as graves violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar (1964-1985) e fortalece os valores democráticos em um momento em que tais princípios enfrentam desafios no país.
O filme dá voz às pessoas que sofreram diretamente com a repressão da ditadura. Ele aborda temas como a tortura, o desaparecimento forçado e o impacto dessas ações na vida das famílias das vítimas.
Isso reforça a importância de reconhecer e reparar as feridas deixadas por esse período sombrio da história brasileira. Até porque, como dizia o filósofo George Santayana: "Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo".
Dai a importância de se combater veementemente os atos golpistas do famigerado 08 de janeiro, pois como dizia um outro pensador: "A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa". Eis a tentativa farsante dos golpistas.
O filme atua como um alerta sobre os perigos de discursos antidemocráticos que ganham força em tempos de crise. Ele lembra que a democracia, com todas as suas imperfeições, é o sistema mais capaz de garantir os direitos e a dignidade de todos.
Além disso, o filme serve como uma ferramenta poderosa de educação. Ele apresenta os fatos de forma emocional e envolvente, facilitando o entendimento sobre a gravidade desse período histórico e a importância de defendermos as conquistas democráticas.
Em um cenário onde grupos tentam relativizar ou negar os crimes da ditadura, "Ainda Estou Aqui" funciona como um registro cultural que confronta essas versões distorcidas da história. Ele é um lembrete de que a luta por verdade e justiça é contínua. Por isso, a premiação da atriz Fernanda Torres foi também muito importante, pensando sobretudo no atual contexto em que vivemos.
"Ainda Estou Aqui" é mais do que um filme; é um manifesto pela memória, pela verdade e pela justiça. Ele nos lembra que a democracia é frágil e que sua defesa exige vigilância constante. Ao sensibilizar e conscientizar o público, o filme contribui para a construção de uma sociedade que valoriza os direitos humanos e rejeita qualquer forma de autoritarismo.