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Foto do escritorAndré Carvalho

No fim do mandato, Edvaldo Nogueira mantém ritmo de derrubada de árvores em Aracaju

Foto: assessoria/Breno Garibalde

Ao fim de seu mandato como prefeito, Edvaldo Nogueira (PDT) deixará como um dos marcos de sua gestão a ampla derrubada de árvores na capital, contribuindo diretamente para o aumento das temperaturas em Aracaju. Com poucos dias restantes para concluir sua administração, o processo de asfaltamento na cidade segue em ritmo acelerado, agora nas avenidas Visconde de Maracaju e Perimetral Oeste.


Aracaju caminha para se tornar uma cidade cada vez mais hostil ao trânsito de pedestres e ciclistas, destoando da antiga reputação de qualidade de vida que já foi motivo de orgulho para seus habitantes. Um exemplo emblemático é a avenida Hermes Fontes. Sob a justificativa de melhorar o tráfego, a gestão derrubou centenas de árvores que formavam um corredor verde e proporcionavam frescor à região. No entanto, o trânsito continua lento e caótico, e agora com o desconforto térmico causado pela ausência da arborização.


Outro ponto de grande impacto ambiental foi a intervenção na Reserva Extrativista das Mangabeiras, no bairro 17 de Março. Para construir um conjunto habitacional, a gestão optou pela derrubada das mangabeiras, ignorando alternativas que poderiam conciliar moradia com a preservação ambiental. A decisão não apenas degradou uma área ambientalmente sensível, mas também afetou a economia de famílias que dependem do extrativismo da mangaba para sua renda.


Com o término do mandato se aproximando, o ciclo de degradação ambiental continua. Na manhã desta quarta-feira, 27, os vereadores Breno Garibalde (REDE) e Ricardo Vasconcelos (PSD) denunciaram a remoção de árvores nas avenidas Visconde de Maracaju e Perimetral Oeste.


A justificativa para as intervenções é a construção de ciclovias, mas a solução adotada pela prefeitura — que inclui a remoção indiscriminada de árvores para substituí-las por asfalto e concreto — reflete falta de planejamento e desprezo pelo equilíbrio ambiental. Essa abordagem negligente torna a experiência dos ciclistas menos confortável, além de comprometer a capacidade de absorção de água pela cidade.


Esse modelo de urbanização é incompatível com a imagem de uma cidade que busca preservar sua qualidade de vida. A ausência de árvores agrava o aumento das temperaturas e torna o ato de caminhar, pedalar ou simplesmente transitar pelas ruas de Aracaju cada vez mais desconfortável. É urgente que a capital repense sua lógica de desenvolvimento urbano, priorizando soluções que integrem áreas verdes, conciliem o direito à cidade e promovam a preservação ambiental.


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