Em entrevista à Fan FM, a deputada Yandra de André (União) evidenciou a fragilidade política do governador Fábio Mitidieri (PSD) como líder de um agrupamento. Além de apontar a falta de habilidade para manter um ambiente minimamente saudável entre os governistas durante a disputa pelo comando da capital, Yandra destacou a força de seu partido no interior de Sergipe.
Yandra de André deixou claro seu descontentamento não apenas com a derrota, mas também com o que descreveu como ataques desleais provenientes de seu próprio grupo político e com a falta de pulso do governador para controlar a situação. Além dos ataques direcionados ao seu pai, André Moura (União), ela apontou que o ex-governador Belivaldo Chagas (Podemos) também foi alvo da campanha do PDT.
Independentemente da validade dos ataques feitos pelo PDT, as críticas de Yandra têm fundamento em dois aspectos: seu pai é um dos pilares políticos do governo de Fábio Mitidieri, e Belivaldo foi uma peça-chave tanto na reeleição de Edvaldo Nogueira (PDT) quanto na própria eleição de Mitidieri.
“Sofri muito de fazer parte de um agrupamento liderado pelo governador [...] que não teve o pulso firme de chamar o feito à ordem [...] se ele é um líder de um agrupamento e é a candidatura dele que está fazendo essas agressões contra uma pessoa que é também do agrupamento liderado por ele, chamar o feito à ordem é uma atitude necessária”, afirmou Yandra.
O que Yandra entendeu como “falta de pulso”, pode ser compreendido também como esperança de frear o poder político do clã Moura. André possui uma base forte no interior sergipano, tendo eleito 23 prefeitos, somente esse poder já torna Fábio Mitidieri “refém” da aliança com os Moura. Caso lograssem exito na capital, o governo de Fábio teria um aliado ao qual só caberia falar “sim, senhor”.
Para os governistas, a eleição de 2024 falava muito sobre 2026. Mitidieri vem construindo um governo fraco em apoio popular, muito dependente de suas lideranças. Por isso, não teve força para barrar a candidatura de Yandra na capital ou para fazer qualquer movimento em relação ao clã Moura.
Talvez Yandra precise considerar que não faltou pulso, faltou interesse. O governador, que deveria ser um aliado, parece enxergar o grupo de André como um mal necessário para manter o poder. De qualquer modo, as declarações de Yandra acendem o alerta: se o grupo permanecer unido até 2026, o custo dessa aliança será muito mais alto do que o estabelecido em 2022.