Eleição para a Câmara Federal em 2026 precisa ser prioridade do PSOL sergipano
- André Carvalho
- 4 de jul.
- 2 min de leitura

A representação política de Sergipe em Brasília é dominada por nomes da direita e do centrão. Dos 8 deputados federais, apenas um é de esquerda. No Senado, onde temos três representantes, o cenário está um pouco mais equilibrado, com um senador de esquerda. Com as novas regras — como a queda da cláusula de barreira para a disputa de sobras — aplicadas às eleições proporcionais, como a da Câmara Federal, torna-se impositiva a missão de o PSOL construir uma chapa forte para conquistar uma cadeira na nossa bancada.
Conquistar uma vaga no Senado ou ter um candidato competitivo ao governo, com chances reais de segundo turno, está muito distante da realidade do PSOL em Sergipe. Por mais que exista a torcida de um setor, nem mesmo em estados onde o partido já é consolidado e tem bancada federal expressiva, vitórias em eleições majoritárias estão no horizonte próximo.
Nesse cenário, após eleger sua primeira deputada estadual, o PSOL precisa se unir e traçar metas coletivas para manter sua curva de crescimento. Assim como o PT, o PSOL enfrenta problemas internos que dificultam seu desenvolvimento. Mas é fundamental que, em nome do projeto coletivo, as desavenças sejam deixadas de lado para que o foco seja o fortalecimento da esquerda, acima de qualquer projeto individual.
O PT deve conquistar, sem grandes dificuldades, uma cadeira na Câmara Federal. E, no melhor dos cenários, pode alcançar duas. Mais do que isso, só se Lula (PT) renunciar à reeleição e for candidato a deputado federal por Sergipe. Uma segunda vaga ocupada por um partido de esquerda tende a ser do PSB — mas nas mãos do primo do governador do PSD, herdeiro da elite empresarial sergipana. Esquerda de faz-de-conta.
Em 2022, o PSOL apostou seus principais quadros na disputa para deputado estadual, alcançando 59 mil votos e uma cadeira. A disputa pela Câmara Federal ficou em segundo plano, com poucos recursos e nomes, e somou apenas 24 mil votos. Para 2026, o partido terá um fundo eleitoral significativamente maior, com capacidade real de manter sua vaga na Alese e brigar por uma cadeira em Brasília.
Sendo assim, para Sergipe conseguir garantir dois mandatos de esquerda na Câmara Federal, é imprescindível que o PSOL comece desde já a atrair quadros e se unifique em torno dessa meta. Sabemos que disputar o Senado ou o governo do Estado são tarefas importantes, mas hoje, nenhuma dessas lutas é mais estratégica — nem mais viável ao PSOL — do que conquistar uma das oito cadeiras da bancada federal sergipana.
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