Emília Corrêa usa reforma administrativa para esvaziar cargo do vice-prefeito
- André Carvalho
- 28 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 29 de mar.

Quando Emília Corrêa (PL) anunciou sua pré-candidatura à prefeitura de Aracaju, Ricardo Marques (Cidadania) foi um dos primeiros a apoiá-la, chegando a assumir o posto de vice em sua chapa. No entanto, agora à frente do Executivo municipal, a prefeita parece retribuir o gesto com desconfiança — e uma clara redução do poder de seu aliado.
A reforma administrativa (PLC 1/25) proposta por Emília trouxe uma mudança que chamou atenção: a retirada do vice-prefeito da presidência dos conselhos de administração das entidades da administração indireta. Pelo novo texto, essa atribuição passou aos secretários municipais vinculados a cada órgão, esvaziando funções estratégicas do cargo ocupado por Ricardo Marques.
O fato foi explorado pelo radialista George Magalhães, que, em entrevista com o vice Ricardo Marques, foi informado que sequer a prefeitura havia o comunicado das mudanças — representando uma falta de hombridade na relação. Apesar do evidente boicote, Ricardo Marques minimizou o corrido se colocando “a somar” com a administração de Emília.
Após a repercussão negativa, o vereador Diego Fortunato (União) apresentou uma emenda para preservar o vice na presidência dos conselhos da Emsurb, Emurb e Funcaju. Ainda assim, o movimento inicial de Emília deixou claro sua intenção de enfraquecer politicamente o aliado.
Vale destacar que as modificações não beneficiam a gestão pública, os conselhos continuam sob controle do governo, reduzindo sua capacidade fiscalizadora — que, idealmente, deveria ser exercida por representantes da sociedade civil.
Ao esvaziar as funções do vice e alocá-lo em uma secretaria com baixo impacto direto na população, Emília Corrêa pode estar deliberadamente minando as ambições políticas de Ricardo Marques, que tem planos de concorrer a um cargo em 2026. Agindo assim, a prefeita reforça para si um estereótipo de deslealdade política e, enquanto boicota um aliado de primeira hora, valoriza no seu entorno personagens conhecidos pelas “controvérsias” e pelo estilo parasitário no poder público.
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