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Foto do escritorAndré Carvalho

Empresa de filhos de Arthur Lira e Luciano Cavalcante intermediam contratos públicos, aponta Folha


Foto: instagram

O jornal Folha de São Paulo trouxe, no dia 15 de junho, um levantamento sobre movimentações empresariais dos filhos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do seu assessor, Luciano Cavalcante, investigado pela Polícia Federal em caso de desvios em contratos de kits de robótica.


Arthur Lira Filho, 23, e Maria Cavalcante, 25, filhos de Arthur Lira e Luciano Cavalcante, respectivamente, são sócios na empresa Omnia360, que, segundo levantamento da Folha, possui negócios com agências de publicidade que mantêm contratos com o Ministério da Saúde As empresas de mídia receberam cerca de R$6,5 milhões em campanhas publicitárias do Ministério da Saúde.


Levantamento de Rodrigo Rangel, publicado no Metrópoles, aponta que três empresas com as quais a Omnia360 possui parceria receberam R$34 milhões em verbas do governo federal durante os anos de 2021 e 2022, sob o governo Bolsonaro, segundo uma das empresas, a Omnia360 receberam 15% do valor dos contratos. Só na pasta da saúde, a Folha apontou que os contratos no mesmo período somaram R$633 milhões. Em 2023, sob o governo Lula, as mesmas empresas receberam R$235mil pelo Ministério da Saúde.


Segundo o Metrópoles e Carta Capital, os filhos de Lira e seu assessor investigado foram recebidos para reuniões em diversos ministérios nos dois últimos anos do governo Bolsonaro, como o da Saúde e o do Desenvolvimento, na Secom, no Banco do Brasil e na Caixa.


As atividades exitosas dos dois jovens se distanciam da realidade vivenciada por outros que não possuem privilegiados parentescos como eles, apesar disso, em nota publicada na Folha, negaram interferência de Lira e de Luciano Cavalcante nos negócios dos filhos. Falando que a folha faz antijornalismo, Arthur Lira defendeu que não há ilícito nas atividades empresariais - lobby - do seu filho.


Afirmando que processaria o veículo, Arthur Lira afirmou que a “Folha querer fazer associação sobre fato político inverídico, no caso solicitar ao Ministério da Saúde, com interesses pessoais, é especulativa, descabida, irresponsável e criminosa. E assim será tratada nas instâncias jurídicas, se for publicada com esse foco".


A empresa de filhos de pais tão influentes funciona numa sala de propriedade de Luiz Henrique Maia, conhecido lobista de Brasília, e possui deferências nos órgãos públicos que são impensáveis para filhos de qualquer trabalhador deste país. Tratar o caso como meritocracia dos envolvidos é fechar os olhos para um país extremamente excludente.


Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Arthur Lira se tornou um dos políticos mais influentes do país, com ascendência sobre divisões de emendas no Congresso Nacional. Os ganhos políticos de Lira tornaram sua reeleição praticamente uma unanimidade na Câmara Federal.


No governo Lula, o poder político de Lira se mantém, entretanto, com menos controle sobre os recursos que os deputados federais encaminham para suas bases. O caso levantado pela Folha chama atenção pelo fato de que Lira e o centrão negociam nos bastidores o comando do Ministério da Saúde, hoje sob o comando da ministra Nísia Trindade, sem filiação partidária.


Colocar Arthur Lira e o centrão no comando do Ministério da Saúde, que possui grandes volumes de recursos, é fragilizar uma das principais políticas públicas do país. Hoje, a ministra Nísia tenta retomar a credibilidade da pasta, destruída durante o governo Bolsonaro, com apoio de Lira e do centrão.



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