Esvaziamento político do vice deflagra crise interna na gestão Emília Corrêa
- André Carvalho
- 1 de abr.
- 2 min de leitura

A relação entre a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), e seu vice, Ricardo Marques (Cidadania), entrou em colapso após a revelação de um projeto de lei que, dentre outros tópicos, retirava do cargo de vice a presidência de alguns conselhos. O PLC 1/25, enviado à Câmara de Vereadores em 5 de fevereiro, só teve seu artigo mais polêmico divulgado semanas depois — primeiro pelo radialista George Magalhães e, em seguida, pelo Sergipense. Desde então, a dupla, que antes mantinha uma imagem de cooperação, passou a se evitar.
Os sinais de ruptura ficaram evidentes nos eventos do aniversário da capital. Na missa católica e na corrida comemorativa, prefeita e vice não compartilharam o mesmo espaço. Enquanto Emília subiu ao palco da missa acompanhada do marido — secretário de Governo —, Ricardo assistiu à cerimônia entre o público, sem ser convidado ao palanque. Cena oposta à de momentos anteriores, como o show de Joelma e o Padê de Exu, quando ambos apareciam juntos.
A crise, aberta pela tentativa de retirar do vice a presidência de conselhos municipais, revela mais que um desentendimento pontual e expõe a grande imaturidade política da gestão. Em apenas três meses no cargo, Emília já enfrenta um alto desgaste por algo desnecessário, agravado pela falta de estratégia para administrar o conflito internamente.
Por trás do atrito, parece estar a eleição de 2026. Ricardo Marques já declarou interesse em concorre, inclusive ao governo do estado — cargo superior ao de Emília. Essa ambição desagrada aliados com grande influência sobre a prefeita, que possuem interesses eleitorais para a próxima eleição, como os irmãos Amorim e seu próprio marido. Ao abrir uma crise pública em vez de optar pela construção política interna, fica exposta uma imaturidade que acaba por expor a própria gestão a uma eminente sangria que pode custar caro para os envolvidos.
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