As redes sociais estão tomadas pela esperança da classe trabalhadora em garantir avanços mínimos que lhes trarão um pouco mais de dignidade. O fim da escala 6x1 e a redução da jornada de trabalho semanal são tendencias globais que, organicamente, surgem na pauta política. Na contramão da efervescência popular, a classe política segue em sua maioria apática ao tema.
O fim da escala 6x1 é um dos raros casos em que a pauta surge do povo, espontaneamente, como um grito de socorro de uma gente que ganha pouco e trabalha muito. Também é uma das raras pautas trabalhistas que não representam perdas para os trabalhadores, mas, pelo contrário, avança em melhorar sua qualidade de vida.
Apesar de já haver uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) proposta pelo deputado Reginaldo Lopes (PT) para reduzir a jornada semanal de 44h para 36h, é a coleta de assinaturas para um novo texto da deputada Erika Hilton (PSOL) que domina a pauta política. Isso porque para a apresentação de uma PEC é necessário que 171 deputados assinem a proposta, no entanto, no último levantamento a lista contava com apenas 134 assinaturas.
De Sergipe, metade da bancada da Câmara já assinou a proposta. Os primeiros foram João Daniel (PT) e Yandra de André. Logo após, Delegada Katarina (PSD) e Thiago de Joaldo também subscreveram. No entanto, Rodrigo Valadares (União), Ícaro de Valmir (PL), Gustinho Ribeiro (Rep) e Nitinho (PSD), suplente de Fábio Reis (PSD) não assinaram.
É importante salientar que o ato de assinatura para a apresentação de uma PEC não significa que o parlamentar votará favoravelmente, apenas que ele reconhece a relevância do tema e apoia que o assunto seja debatido. No entanto, o fato de Rodrigo, Ícaro, Nitinho e Gustinho sequer apoiarem que o tema seja debatido, indica uma provável oposição à causa trabalhista, sendo digno que estes tornem público seus posicionamentos.
A pauta pela redução da jornada de trabalho interessa a maioria da sociedade brasileira, mas uma maioria que, apesar de produzir as riquezas desse país, não as detém. É fundamental uma mobilização efetiva não apenas para a apresentação da PEC, mas para que ela seja pautada, votada e aprovada. Muitos desses parlamentares são representantes regionais, sendo fundamental que os eleitores dessas cidades em específico participem da campanha em defesa dos trabalhadores. Somente com essa união será possível avançar e garantir condições mais justas para todos que constroem o Brasil.