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O PT de Sergipe escolhe atalhos inférteis e se afasta da força da fé coletiva

  • Foto do escritor: André Carvalho
    André Carvalho
  • 31 de jul.
  • 2 min de leitura

Foto: Ricardo Stuckert
Foto: Ricardo Stuckert

O Partido dos Trabalhadores se apequenou na base governista de Jackson Barreto (MDB) e de Belivaldo Chagas (PSD) e não soube retomar a grandeza que um dia teve em Sergipe. A ascensão de Marcelo Déda não se deu porque ele era somente uma pessoa excepcional, mas, principalmente, porque ele era a voz de uma coletividade chamada Partido dos Trabalhadores. Ou seja, o PT não pode depender do surgimento milagroso de um grande líder para voltar a ser grande.


Até mesmo o presidente Lula, um dos maiores políticos da história mundial, precisou de um partido forte como o PT para ascender à presidência e, quando do golpe liderado por Sérgio Moro (União) e outros políticos da extrema-direita, não sucumbir. É o partido que organiza e dá sentido à luta política. O lulismo sem o PT não existe.


No Sergipense, por diversas vezes escrevi ser preciso que o PT tenha coragem de se manter na oposição e construir um caminho de confiança junto à esquerda. Se o PT não acreditar que há uma coletividade de esquerda esperando esse posicionamento, depois não reclame que Sergipe, mesmo elegendo Lula, elege uma bancada extremamente conservadora e de direita. O eleitor precisa ver sentido em apoiar partidos de esquerda.


Visitei alguns eventos do PT, convivo com petistas, e uma percepção triste é que para garantir espaços internos é preciso se submeter aos projetos de Rogério Carvalho, João Daniel, Márcio Macêdo e outras lideranças eleitorais. No PED, se falou muito do debate com a militância, alguns discursos advindos de quadros que instrumentalizam um imaginário de militância somente para garantir espaços de conforto pessoal.


Enquanto eleitor de esquerda, não confiei na chapa do PT para deputado estadual em 2022 e acertei em votar no PSOL. Os deputados estaduais da federação liderada pelo PT, com exceção de Paulo Júnior (PV), poderiam estar filiados ao PSD.


Para 2026, vejo que os líderes do PT estão muito mais preocupados em suas próprias eleições do que reconquistarem a esperança dos eleitores. Não conversam com o PSOL — com alguma expressão eleitoral à esquerda do PT — sobre aliança, e, a todo momento, sai notícia de conversa com lideranças de direita. Assim, meus caros, temos a direita governista e de oposição cada vez mais fortes e o PT cada vez mais fraco. Prova disso é que o PT sequer tem um nome forte para o governo e, do outro lado, até quem está no banco de reservas parece ter força de ir ao segundo turno.


O PT precisa reconstruir seu espaço político — e negar isso por meio de prefeitos e deputados que envergonham a militância não aponta um bom caminho. O atalho de diluir a ideologia pode parecer estratégico no curto prazo, mas representa um risco grave. Ainda mais quando o partido já não tem uma base sólida o suficiente para sustentar a luta e engajar a população em momentos decisivos.

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