O PT elegeu Chico do Correio, mas Sergipe não vê um mandato petista na Alese

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O Partido dos Trabalhadores em Sergipe tem feito um esforço para marcar seu lugar na oposição de Fábio Mitidieri (PSD) ao mesmo tempo que seus membros participam ativamente do governo estadual. Um desses nomes que sustentam o governo de Mitidieri é justamente o único deputado estadual do PT na Alese: Chico do Correio.

Ex-prefeito de Nossa Senhora da Glória, Chico toca seu mandato quase que ignorando o Partido dos Trabalhadores. O petista chega a frequentar eventos do partido, mas, na hora de mostrar uma atuação alinhada com o programa do PT, se omite. Enquanto parlamentares do PSOL defendem o governo Lula, fazem mobilizações em torno de pautas nacionais, o deputado petista ignora as mobilizações e não se esforça para reforçar a luta nacional do PT por uma sociedade mais justa. 

No caso local, chega a ser constrangedor ver vozes que estão à direita, como Marcos Oliveira (PL) e Georgeo Passos (Cidadania), fazendo uma forte defesa dos trabalhadores estaduais, fazendo campanha contra a terceirização do Estado, enquanto o único deputado do Partido dos Trabalhadores se cala e diz amém para o projeto neoliberal de Mitidieri. Fazendo menos que o mínimo de sua obrigação, Chico votou contra a privatização dos serviços da Deso, porém, seu voto não foi acompanhado de uma dura campanha contra. 

A oposição em Sergipe é composta por Marcos Oliveira, Georgeo Passos, Linda Brasil (PSOL) e Paulo Júnior (PV). Apenas 4 deputados estaduais fazem a defesa dos interesses populares e, apesar de cada um ser de um espectro político, conseguem fazer união na defesa dos interesses locais.

Apesar de, para o eleitor de esquerda, a inação de Chico ser constrangedora, parece não incomodar o seu partido, que não o critica publicamente. É verdade que Chico dá votos a João Daniel (PT) e Rogério Carvalho (PT) em Glória, porém, é essa perspectiva de que basta o suporte em ano eleitoral, sem defesa diária da agenda petista, que faz com que o partido seja desacreditado por sua base.

Assim como Ibrain de Valmir (PV), Chico não foi eleito apenas com seus 18 mil votos, por ser uma eleição proporcional, o que permitiu o PT ter um deputado estadual foram os 82 mil votos recebidos pelo partido, que possibilitaram a eleição de deputados estaduais pelo PT e pelo PV. A inação desses parlamentares acerca de mobilizações fundamentais para a esquerda nacionalmente e a ida para a base de Mitidieri são não somente constrangedores, mas também uma traição ao desejo de representação dos mais de 82 mil eleitores do PT.