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Oposição desorganizada fortalece Fábio Mitidieri na corrida pela reeleição em 2026

Foto do escritor: André CarvalhoAndré Carvalho
Foto: Júlio Dutra
Foto: Júlio Dutra

Fábio Mitidieri (PSD) caminha para uma reeleição tranquila se o cenário político se mantiver como está, mesmo sendo um governador com baixa popularidade e reconhecido por sua gestão pouco impactante. Apesar de não se destacar como um grande político, Mitidieri se beneficia de uma oposição fragmentada e sem liderança expressiva.


Fábio Mitidieri não teria chegado ao segundo turno em 2022 se Valmir de Francisquinho (PL) estivesse elegível na época. Contudo, ao assumir o governo, havia a possibilidade de que Mitidieri pudesse se revelar um gestor competente e conquistar o apoio da população — o que não aconteceu. Seu governo não deixou marcas significativas, sendo lembrado principalmente por eventos festivos de grande porte, que, no entanto, não resultaram em um fortalecimento estratégico ou programático da cultura sergipana.


Diante desse contexto, era de se esperar que sua reeleição fosse marcada por incertezas. No entanto, Mitidieri foi favorecido por uma oposição praticamente inexistente. Diferentemente de seus antecessores, como João Alves, Marcelo Déda, Jackson Barreto (MDB) e Belivaldo Chagas (Podemos), Fábio governa Sergipe sem enfrentar resistências significativas por parte da oposição.


No campo da esquerda, a maior parte dos partidos está acomodada em cargos no governo estadual, incluindo PCdoB, PDT, PSB e uma parcela do PT. Restam na oposição apenas o PSOL e a outra parte do PT. O PSOL, porém, ainda não conseguiu conquistar a confiança do eleitorado para disputar o Executivo e enfrenta dificuldades para expandir sua influência além da capital, Aracaju, rumo ao interior do estado.


O PT, por sua vez, encontra-se dividido em duas frentes opostas, enfraquecendo seu discurso de oposição e impedindo a construção de uma agenda sólida. Apesar de ter obtido 48,3% dos votos no segundo turno de 2022, apresentando-se como alternativa ao projeto vitorioso, a busca por cargos e benefícios fez com que parte do partido abandonasse a oposição antes mesmo da posse de Mitidieri, traindo seus eleitores.


No espectro da direita, o bolsonarismo já apoiava Fábio desde o primeiro turno, e a parcela que inicialmente estava com Valmir migrou rapidamente para o governismo. Na oposição de direita, restou apenas o PL de Itabaiana, com Valmir enfraquecido por processos jurídicos. Antes de chegar ao poder, havia Emília Corrêa (PL) como figura de destaque, mas a expectativa agora é que o PL oficialize seu apoio a Mitidieri em 2026.


Sem uma oposição forte e coesa, Sergipe perde gradativamente a capacidade de promover um debate político robusto. A conjuntura atual sugere que o principal projeto da classe política é a ocupação de cargos e a distribuição de benesses, em vez de apresentar propostas concretas para o desenvolvimento do estado. Muitos políticos, sob o disfarce de defender ideologias ou homenagear figuras do passado, acabam entregando a população a um governador sem projetos claros, priorizando apenas seus próprios interesses e o acesso aos privilégios do poder.


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