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Foto do escritorAndré Carvalho

Reajuste proposto por Fábio Mitidieri aos professores não cobre sequer as perdas com a inflação



Na última semana, o governador Fábio Mitidieri, PSD, anunciou um reajuste de apenas 2,5% para o magistério estadual. O percentual frustrou os professores sergipanos, que vinham negociando, além do aumento, a reestruturação da carreira, excluída do plano dos governos para este ano.


O percentual apresentado pelo governador deverá ser aprovado na Alese e sequer é capaz de manter o poder de compra da categoria. Ele é menor do que a inflação, que acumulou 4,65% de alta entre março de 2022 e março de 2023, segundo o IBGE.


Aumentos salariais dados por outros governantes expõem que a decisão do governador prejudica frontalmente a categoria. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, com o último aumento anunciado, concedeu quase 9% de reajuste do salário mínimo neste ano.


O governo Lula ainda reajustou o piso do magistério em 14,95% em janeiro deste ano. Um piso salarial, diferentemente do que o governo de Sergipe tenta dar a entender, é o mínimo obrigatório que uma categoria deve receber para prestar seus serviços. O governo tenta justificar o diminuto reajuste com o argumento de que o salário base está acima do piso, mas é um fato com origem controversa.


No ano passado, o governador Belivaldo Chagas, PSD, incorporou a regência de classe ao vencimento, e justificou que com isso teria atualizado o piso de 2022, que o percentual foi de 33,24%. Na verdade não atualizou. Para maquiar, criou um abono para os ativos que não dá nenhuma garantia, gerando ainda o fim da paridade entre ativos e aposentados.


No fim, os professores não viram seus vencimentos aumentar 33% no ano passado, e com o reajuste abaixo da inflação vemos uma política de contínua desvalorização do magistério. A carreira que o governador não quer debater neste ano foi destruída ao ponto de que os professores não possuem qualquer incentivo para se especializar, pois não há valorização salarial pela formação e qualificação.


O que acontece em Sergipe é o retrato de uma visão em curso de desvalorização dos servidores e serviços públicos pelo governo vigente no estado. O anúncio de reajuste veio após negociações com o sindicato, nas quais a verdade ficou oculta, o que pode significar que o governo fez a categoria de boba.


Não adianta sentar para negociar deixando o respeito à verdade de fora das conversas. Professores reclamam que foram jogados de secretaria para secretaria e no fim nada do que foi negociado é visto sendo posto em prática. Nesta semana do trabalhador, os professores estarão com as atividades paralisadas, realizando mobilizações na frente da Alese cobrando que os deputados ouçam a categoria


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