Valadares Filho, PSB, vem de uma sequência de derrotas eleitorais e controversos movimentos políticos que tornou a si e ao PSB irrelevantes no cenário político sergipano. Apesar disso, parece ser ele o melhor que Rogério Carvalho, PT, conseguiu para sua chapa nesta eleição, mesmo sem potencial de alavancar o companheiro de chapa e ter se comportado como antipetista nos últimos anos.
Após perder a eleição municipal de 2016, Valadares Filho decidiu voar mais alto. Concorreu ao cargo de governador em 2018, saindo também derrotado e tendo eleito apenas um deputado estadual pelo PSB - deputado que posteriormente rompeu com os Valadares.
Em 2020, Valadares Filho foi candidato à vice prefeito na chapa de direita encabeçada por Danielle Garcia, Cidadania. Viu-se a reclamar por ter sido escondido pela cabeça de chapa, amargando mais um fracasso e sem sequer eleger um vereador pelo PSB na capital. O declínio eleitoral vem junto à incongruência ideológica.
Em 2016, os Valadares - pai e filho - foram entusiastas do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, PT, e seguiram críticos ao PT nas duas eleições que seguiram. Em 2018, Filho chegou a assumir uma postura de “isenção” no segundo turno que elegeria Bolsonaro, à época no PSL.
Essa caminhada que fez a pomba socialista ganhar bico de tucano em Sergipe tornou Valadares pai e filho e o PSB - que comandam como propriedade familiar - irrelevantes. Agora tentam negar os seus pecados políticos e se unir ao projeto de Rogério Carvalho, como grito de desespero das duas partes.
O desenho da chapa de Rogério evidencia que a esquerda do estado vem errando fortemente na capacidade de atrair quadros políticos formados e em apresentar novos nomes. Numa conjuntura na qual Valadares Filho é o melhor que Rogério consegue, há algo de muito desanimador.
Os petistas de certo não votarão sorrindo em quem lutou tanto pelo fim do seu partido. O ex-deputado poderia ser o Alckmin, PSB, de Rogério, mas parece faltar relevância nesse sergipano para isso. Filho terá dificuldade em vincular sua imagem à do ex-presidente Lula após tanto “romance” com a direita.
Dificilmente Valadares Filho fortalecerá a campanha de Rogério Carvalho e, tendo decepcionado tanto o eleitor de esquerda, dificilmente será um senador no qual esse eleitorado poderá confiar nos próximos 8 anos. Resta aos dois que más escolhas sejam feitas pelos adversários para que este picolé de chuchu ganhe gosto de lula.
*Originalmente publicado no portal JL política.