Vereadores de Belo Horizonte caminham para aprovação da tarifa zero no transporte coletivo

Foto: Dara Ribeiro/CMBH

Enquanto os vereadores de Aracaju atacam trabalhadores, votando contra uma moção de apelo pela aprovação do fim da escala 6x1, os vereadores de Belo Horizonte estão aprovando a tarifa zero no transporte coletivo. 

A vereadora Iza Lourença (PSOL) apresentou um projeto coassinado por mais 21 vereadores com o intuito de estabelecer a gratuidade no sistema de transporte coletivo da capital mineira. O PL 60/2025 foi coassinado por mais 21 vereadores e  já passou em três comissões, faltando apenas a Comissão de Finanças Públicas e Orçamento para chegar ao plenário.

A proposta cria um fundo específico para financiar o sistema, com recursos vindos de multas, publicidade, subsídios e da Taxa do Transporte Público, que será cobrada de empregadores com mais de 9 funcionários. Na proposta, a empresa só pagará pelo excedente a partir do décimo empregado. Se tiver 10, paga apenas sobre 1.

Em BH, os vereadores do PL se colocaram contra, assim como os correligionários aracajuanos costumam fazer quando assuntos que atendem às camadas mais pobres são pautadas na Câmara de Aracaju. Apesar disso, chama atenção que o esforço do PSOL soma forças com parlamentares do PT, Republicanos, Cidadania, Solidariedade e Mobiliza, ou seja, distintos espectros ideológicos unidos numa pauta que melhora a vida do povo belo-horizontino. 

Com o cancelamento da licitação da Grande Aracaju, a população sergipana tem uma oportunidade para debater um transporte público democrático e gratuito. Tarifa zero é possível, principalmente em capitais menores como Aracaju, e garante dignidade às famílias, aquece o comércio, movimenta a cidade.

Segundo Giancarlo Gama, em entrevista à TV da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a implementação de tarifa zero costuma fomentar o comércio e a geração de emprego nas cidades em que o modelo é implementado. Além disso, há um impacto direto na construção de cidades ecologicamente mais equilibradas, visto que há o transporte individual perde atratividade perante um transporte coletivo a custo zero para o orçamento pessoal do cidadão.

Apesar da relevância, o tema não está em debate na Grande Aracaju. O debate atual não visa uma grande mudança do sistema. A classe política continua sem buscar um formato que priorize a qualidade do serviço associado ao seu barateamento. O formato atual ainda contrata empresas por passageiros, estimulando a super-lotação e o desconforto do cidadão no acesso aos ônibus. Para Aracaju entrar na lista de cidades que ofertam tarifa zero é necessário que os cidadãos comecem a debater e cobrar a classe política. A gratuidade já é realidade em diversas cidades brasileiras e a gente sergipana merece essa conquista.

Matéria derivada da produção audiovisual do Sergipense