A obsolescência programada de Edvaldo Nogueira no grupo Mitidieri
- André Carvalho

- 27 de out.
- 2 min de leitura

A obsolescência programada é algo cada vez mais comum em bens de consumo duráveis, uma estratégia que prioriza o lucro do mercado em detrimento do meio ambiente e de qualquer ideia de coletividade. Assim como é popular no mercado, essa estratégia costuma ser utilizada na política. Em Sergipe, os caminhos de Edvaldo Nogueira (PDT) em seu agrupamento dão todos os sinais de uma obsolescência programada.
Ao perder a eleição de Luiz Roberto (PDT), Edvaldo se viu numa situação muito difícil na política. Durante seus últimos mandatos, não construiu amigos na política (se é que isso existe) e colecionou descontentamentos, principalmente na alta cúpula do agrupamento do qual faz parte. Fábio Mitidieri (PSD), Luís Mitidieri (PSD) e André Moura (União) não possuem interesse algum em manter politicamente vivo o nome de Edvaldo. Tanto é que, quando Edvaldo tentou crescer o pescoço para ser pré-candidato ao Senado, Mitidieri já correu trecho para que prefeitos do interior anunciassem apoio a Alessandro Vieira (MDB).
Alessandro pode ter qualidades políticas, mas a habilidade de conquistar aliados em Sergipe não é uma delas e, mesmo que tenha entregue emendas, os acordos partiram de um esforço da habilidosa família Mitidieri. Alessandro foi salvo do afogamento muito menos pelo seu valor, mas muito mais pelo ressentimento que a família do governador tem por Edvaldo. A rejeição é tamanha que até Carlos Cauê fora escanteado por ser visto como demasiadamente próximo ao ex-prefeito.
Nunca houve interesse real em dar sobrevida política a Edvaldo, e o movimento parece ser o de ir desidratando-o paulatinamente, diminuindo espaços e oportunidades. Não é necessário haver falas públicas para destruir a carreira política de alguém, principalmente quando seus inimigos fazem política com estratégia e não com sentimento — ênfase em Luís Mitidieri e André Moura.
Por ter sido um aliado problemático, Edvaldo talvez sofra até para conseguir ser candidato único do agrupamento à prefeitura de Aracaju em 2028 contra Emília Corrêa (PL). No cenário atual, se quiser ser candidato majoritário, terá que recorrer a outros rejeitados por Mitidieri, como o PT, e formar uma chapa de oposição. Mas aí precisa de coragem, algo para poucos na política de Sergipe.






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