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Foto do escritorAndré Carvalho

Edvaldo Nogueira: de favorito ao governo do estado a cabo eleitoral sob dúvida


Edvaldo Nogueira, prefeito de Aracaju
Foto: Ana Lícia Menezes

Apesar de relativamente distante, a eleição para a prefeitura de Aracaju está começando a se desenhar. Como o prefeito Edvaldo Nogueira, PDT, não poderá concorrer à reeleição, a possibilidade de alternância de grupo político no poder é maior. Além disso, o mau desempenho dos seus candidatos animam os opositores.


É provável que a pessoa escolhida por Edvaldo como sua candidata largará com uma margem confortável, porém, os resultados das eleições de 2022 demonstram que a capacidade do prefeito de Aracaju em transferir votos não é das melhores. No primeiro turno de 2022, o seu candidato ao governo ficou atrás de Valmir de Francisquinho, PL, e de Rogério Carvalho, PT, na capital.


Os candidatos ao Senado e à Câmara Federal de Edvaldo também ficaram em terceiro. Laércio Oliveira, PP, obteve um resultado aquém do apoio que recebeu na capital, mas conseguiu um resultado equilibrado, graças ao bolsonarismo. Quando se observa o resultado do principal candidato de Edvaldo o problema do prefeito fica ainda mais evidente.


Luiz Roberto, PDT, concorreu a um mandato de deputado federal e teve no prefeito da capital o seu padrinho. Nogueira apostou na eleição de Luiz para demonstrar seu tamanho, após ser preterido pelo agrupamento governista como candidato ao comando do Poder Executivo Estadual, mas viu seu candidato amargar a terceira posição, ficando mais de dez mil votos abaixo da primeira colocada.


Eliane Aquino, PT, mesmo com a candidatura incerta no TSE, recebeu 28.285 (9,37%) votos dos aracajuanos, enquanto o candidato de Edvaldo contou com apenas 17.853 votos (5,92%). Candidatos apoiados por prefeitos não costumam obter percentuais de um dígito. Por exemplo, o deputado federal do prefeito de Itabaiana obteve 46,31% dos votos na cidade, o prefeito de Itabaianinha deu 47,87% ao seu candidato e o de Canindé 30,88%.


Outro fato que o fragiliza é o seu partido, o presidente do PDT sergipano pretendia fazer da sigla uma vitrine da sua potência eleitoral. Chegou a afirmar que elegeria de três a quatro pedetistas para a Alese e um para a Câmara Federal. Elegeu apenas um estadual, mas seu partido acabou tendo um filiado eleito vice-governador, porém, não se pode ler Zezinho Sobral como alguém “de Edvaldo”.


Com essa conjuntura, é esperado que a oposição continue a se fortalecer e a boa largada de um possível apadrinhando de Nogueira não represente algo essencial. Não contar com o aval do atual prefeito pode se tornar muito menos impeditivo do que seria caso ele demonstrasse força eleitoral, favorecendo que surjam opositores que ainda hoje estão em sua base.


Apesar de ser um político experiente, tendo sido eleito três vezes prefeito e uma vez vice-prefeito de Aracaju, Edvaldo não pode ser lido como um líder unânime no seu agrupamento. A discussão sobre a candidatura do grupo passará pelo crivo do governador Fábio Mitidieri, PSD, e já conta com alguns interessados em disputar, independentemente do apoio de Edvaldo.


É notório o esforço de Edvaldo em calcular os passos que dará para conduzir a sua sucessão, incluindo nisso o interesse em manter visível a reaproximação com o ministro Márcio Macêdo, PT, que foi seu opositor quando da sua reeleição. Se tratando de Edvaldo, é certo que tentará manter a discussão fria, alimentando esperanças para evitar atritos mais intensos na base.


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