Envelhecer é resistir: 24ª Parada LGBT+ de Sergipe acontecerá neste domingo
- André Carvalho

- 29 de ago.
- 2 min de leitura

A 24ª edição da Parada LGBT+ de Sergipe acontecerá no próximo domingo, 31 de agosto, a partir das 13h na orla de Atalaia e terá como tema “Envelhecer é resistir”. Além de contar com a oferta de serviços, divulgação de ações e discursos, a Parada contará com apresentações artísticas da cena LGBTQIAPN+ de Sergipe e a apresentação da cantora Karol Conká.
A 24ª edição da Parada aborda mais um tema relevante para a vivência de pessoas LGBT+. O envelhecimento é um desafio comum a todos, porém, pode ser mais intenso para pessoas LGBT+ que precisam acumular mais um estigma em sua vida e desafios como a solidão, violência e falta de acesso à saúde especializada.
Para pessoas trans, além da realidade social da violência contra esse grupo, há desafios específicos devido aos cuidados hormonais e intervenções cirúrgicas ao longo da vida. Além disso, quando chegam aos serviços de saúde, ainda encontram preconceito e profissionais despreparados, o que muitas vezes gera situações de humilhação e até a negação do atendimento. Por isso, é fundamental que existam serviços e protocolos voltados para a população LGBT+.
Outro ponto importante para se abordar no envelhecimento de pessoas LGBT+ é a solidão. Muitos, por violências, acabam perdendo os laços familiares e constroem “famílias de escolha”, compostas por amigos e parceiros amorosos, mas que encontram maiores limitações do que as redes de apoio que pessoas heterossexuais costumam possuir.
O direito de envelhecer com dignidade e em espaços inclusivos se choca com a quase total ausência de políticas públicas, casas de acolhimento ou instituições preparadas para cuidar de pessoas idosas LGBT+. A invisibilidade desse grupo nas leis e nos serviços reforça o abandono e torna urgente a criação de espaços de sociabilidade, lazer e cuidado técnico, pautados no respeito às identidades de gênero e orientações sexuais.
Além dos debates acerca da necessidade de políticas públicas, ao se tornar tema da Parada, também fomenta o debate de que envelhecer é um processo natural na vida humana e deve ser celebrado. Envelhecer é resistir, principalmente para corpos LGBT+ que, ao longo de décadas, lutaram e perseveram na luta por uma sociedade que respeite a diversidade.
A Parada é organizada pela ASTRA, em parceria com ONGs, sindicatos e movimentos sociais, contando com o apoio do Governo de Sergipe e da Prefeitura de Aracaju.






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