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Fux contraria seu histórico para defender Bolsonaro

  • Foto do escritor: André Carvalho
    André Carvalho
  • há 6 horas
  • 2 min de leitura
Foto: Rosinei Coutinho/STF
Foto: Rosinei Coutinho/STF

O voto de Fux só não foi mais longo do que constrangedor! Antes de defender Bolsonaro, ele negou um Habeas Corpus a um homem que furtou 5 desodorantes em Minas Gerais. Parece que nossa democracia vale menos do que os 70 reais dos desodorantes.


O ministro chegou a condenar Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, mas não condenou quem lhe dava ordens. É como se Mauro Cid estivesse sendo punido por ter delatado o chefe.

Sou cientista político e já fiquei perplexo com o voto: provas foram ignoradas e a realidade lida de forma muito particular. Até dizer que não existiria autogolpe ele falou — esquecendo que mobilizar milicos para prolongar mandato sem voto democrático é, sim, golpe. Mas, ouvindo especialistas do direito, fiquei ainda mais constrangido ao perceber que, durante 13h, Fux desdisse tudo o que vinha dizendo e defendendo como ministro do Supremo.


A postura de Fux deixou a sensação clara de que as decisões dependem mais de quem está no banco dos réus do que das próprias letras da lei. Ele citou autores que talvez nunca tivesse citado e abraçou linhas do direito sobre as quais nunca havia se equilibrado. E aqui cabe lembrar que citação existe para todo gosto — e, principalmente, para quem quer usá-la de forma conveniente ao objetivo final.


O mesmo ministro que em 2023 condenou, no STF, os envolvidos no 8 de janeiro agora quer, para Bolsonaro, um regime de julgamento mais conveniente aos interesses do ex-presidente. Se Fux tivesse sido garantista por toda sua carreira, não surpreenderia. Houve uma estratosférica transmutação de sua ideologia jurídica deixou dúvida sobre o que aconteceu ali para o ministro desistir de si mesmo em defesa desse réu?


Matéria derivada da produção audiovisual do Sergipense
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