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Governo ignorou alerta sobre rodovia onde três sergipanos morreram

Foto do escritor: André CarvalhoAndré Carvalho
Foto: Thiago Santos
Foto: Thiago Santos

No último domingo, 13, após intensas chuvas, um trecho da rodovia SE-438 cedeu, resultando na trágica morte de três sergipanos. Inicialmente, o ocorrido foi tratado como um acidente causado por mudanças climáticas. Contudo, com o passar dos dias, tornou-se evidente que o discurso climático foi apenas uma neblina para encobrir a verdadeira causa: negligência.


As chuvas que atingiram o estado provocaram o desabamento de um trecho da rodovia SE-438, no município de Capela-SE, ocasionando acidentes envolvendo dois veículos. Num deles, a vítima conseguiu sobreviver. Já no segundo, em que estavam Flávia Silva, Adiana Vieira e Bruno Andrade, as vítimas não resistiram. Uma dor irreparável para a família que poderia ter sido evitada.


Em maio de 2024, o ex-prefeito de Capela, Sukita, chamou atenção para a fragilidade do trecho. Na época, parte da pista já havia cedido devido ao fluxo de água, e os reparos realizados, como apontou Sukita, desconsideraram a necessidade de aumentar a vazão de água para prevenir futuros desastres. 


Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Sukita apelou ao governador e ao presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária (DER) para que adotassem medidas mais robustas, incluindo a substituição do sistema simples de bueiro por uma solução capaz de suportar períodos atípicos de chuvas. Ele alertava que o volume de água na região não se mantém constante e que obras mais estruturadas eram imprescindíveis para garantir a segurança da população.


Apesar de pertinente, o apelo foi ignorado. Na época, o deputado Cristiano Cavalcante (União), líder do governo de Fábio Mitidieri (PSD), e o presidente do DER, Anderson das Neves, responderam aos vídeos de moradores com a garantia de que as obras realizadas eram suficientes para resolver o problema. Segundo levantamento do portal Mangue Jornalismo, mais de R$ 261 mil foram investidos no reparo do trecho.


Após o desastre, o governo do estado lamentou as mortes e atribuiu a tragédia ao aumento do volume de água, instaurando um comitê de crise. Em resposta ao G1, o DER-SE negou qualquer relação entre as erosões ocorridas no ano passado e o desabamento atual, afirmando que "as obras de recuperação já haviam sido realizadas".


Agora, depois de Sergipe perder três vidas, o governador finalmente parece compreender os alertas de Sukita e anunciou a construção de uma ponte no local para evitar novos acidentes. No entanto, é importante apontar que a tragédia não ocorreu de um problema oculto, desconhecido do governo. Pelo contrário, a população de Capela manifestou suas preocupações, que chegaram até o líder do governo. Ainda assim, optou-se por uma solução menos segura, colocando em risco a vida dos sergipanos.


Nota do governo de Sergipe


O Governo informa que o trecho da Rodovia SE-438, conhecida como Rodovia Santa Clara, passou pela reforma necessária, incluindo a ampliação da drenagem, após a erosão sofrida em maio de 2024. A obra foi realizada pelo Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER/SE), cumprindo todas as normas técnicas de engenharia e ambientais, com documentação validada pelos órgãos de fiscalização.


A obra de reparo considerou o aumento da vazão, ampliando o tamanho das manilhas e reforçando a estrutura, respeitando as exigências técnicas necessárias para a localidade. Mas ocorreu uma situação atípica, com um volume de água nunca antes registrado: na região de Capela, em apenas dois dias, choveu um total de 181 milímetros, o equivalente à média de precipitação prevista para o mês de janeiro inteiro, o que provocou o rompimento.


Diante desse cenário, o Governo do Estado continuará monitorando a situação não apenas em Capela, mas em todo estado, e reforçando as ações de apoio às vítimas e suas famílias, buscando mitigar os impactos dessa tragédia e garantir a segurança da população. Os órgãos estaduais (DER e Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura) iniciarão estudo da bacia hidrográfica do local para implantação de ponte na rodovia.



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