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Lula precisa mais do que um candidato ao Senado em Sergipe para enfrentar o bolsonarismo

  • Foto do escritor: André Carvalho
    André Carvalho
  • há 11 minutos
  • 2 min de leitura
Foto: Janaína Santos
Foto: Janaína Santos

O Senado é a representação do nosso pacto federativo. Por isso, cada estado brasileiro possui o mesmo número de senadores: três. Assim, há casos como o de Alan Rick (União/AC), eleito com apenas 153 mil votos, no mesmo ano em que outros precisaram superar a marca de 10 milhões, como o astronauta Marcos Pontes (PL/SP). Por essas características, o bolsonarismo percebeu cedo a importância de priorizar a eleição de senadores. Enquanto isso, Lula (PT) ainda não apresentou um plano consistente para frear a ascensão da extrema-direita na Casa.


Bolsonaro entendeu que disputar a pauta do Congresso no médio prazo seria mais simples se priorizasse o Senado. Na Câmara, seria necessário eleger algumas centenas de deputados alinhados. No Senado, bastam algumas dezenas. Em 2022, pelo menos 17 dos 27 eleitos eram bolsonaristas — só o PL fez 8. A esquerda, por sua vez, elegeu apenas 5: quatro pelo PT e um pelo PSB. Com aliados de centro, Lula chegou a 8.


No Nordeste, Lula se saiu melhor: elegeu quatro senadores de esquerda e dois de centro aliados. Ainda assim, em um reduto lulista, dois bolsonaristas conseguiram se eleger. Reflexo da falta de estratégia do grupo de Lula, Laércio Oliveira (PP) foi um dos dois bolsonaristas nordestinos que garantiu a vaga no Senado num estado lulista, camuflando — sem muito esforço — seu bolsonarismo no primeiro turno.


Lula e o PT precisam, com urgência, definir estratégias para que, ao menos no Nordeste, sejam eleitos senadores de esquerda, comprometidos com uma agenda popular. Em Alagoas, Lula já se comprometeu com nomes que não se enquadram plenamente nesse perfil: Arthur Lira (PP) e Renan Calheiros (MDB). Em Sergipe, até o momento, apenas Rogério Carvalho (PT) está confirmado como pré-candidato do petista.


Com erros e acertos, Rogério cumpre um papel importante no Senado, mas é pouco para Sergipe. Lula precisa entrar de vez na eleição ao senado e para a Câmara Federal por Sergipe para não termos divisão de candidaturas, como em 2018 e 2022. Além de Rogério, há nomes com alguma capacidade eleitoral — e também com seus erros e acertos — como Linda Brasil (PSOL), que já declarou disposição para disputar o Senado, e Eliane Aquino (PT), que, embora silenciosa diante de praticamente tudo que acontece na política sergipana, parece ter potencial eleitoral muito maior que figuras como Márcio Macêdo (PT).


Nessa conjuntura difícil, caberia até o nome de Edvaldo Nogueira (PDT) como um meio-termo. Apesar de se calar sobre as atrocidades que o bolsonarismo vem fazendo no país, de não combater essa agenda de forma alguma, e de ter sido instrumento do neoliberalismo quando geriu Aracaju nos últimos 8 anos, ele poderia ser um nome interessante caso o PT lançasse alguém como Eliane ao governo e montasse, com Edvaldo, uma chapa visando a eleição de dois senadores.


Num cenário ideal, Sergipe teria nomes fortes para disputar o Senado pela esquerda, representando não apenas a renovação de rostos, mas também a renovação do sentimento de que podemos disputar os rumos do país. Porém, no nível de autossabotagem que a esquerda sergipana alcançou, resta torcer para que Lula, ao menos em Sergipe, não feche os olhos para a necessidade de enfrentar o projeto de domínio do Congresso que Jair Bolsonaro vem executando.

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