PSOL apresenta Iran Barbosa como pré-candidato ao Senado e aposta na reeleição de Linda Brasil

Foto: Assessoria Iran Barbosa

O pleito de 2026 representará um enorme desafio à esquerda sergipana e, destoando de partidos e políticos que não possuem robustez ideológica para enfrentar o governo neoliberal de Fábio Mitidieri (PSD), o PSOL lança uma resolução se opondo ao governo estadual, priorizando a reeleição de Lula (PT) e deixando caminho aberto para a construção de uma frente de esquerda em Sergipe. Além disso, deu o importante passo de lançar Iran Barbosa ao senado (PSOL).

Particularmente, me afligia – e ainda aflige – a morosidade dos partidos de esquerda em Sergipe para definir seus nomes e começarem a investir na construção dessas pré-candidaturas para a defesa da reeleição de Lula e do combate ao projeto neoliberal de Mitidieri. Sem a estrutura econômica e a ocupação dos espaços de poder com os quais contam os partidos de direita e centro-direita em Sergipe, é necessário muito mais esforço para que o campo de esquerda dispute e vença eleições em nossa terra. 

Para dificultar a missão, parte significativa do PT se posta de joelhos aos pés de Fábio Mitidieri implorando por migalhas governistas enquanto traem – conscientemente – a ideologia que dizem defender e os heróis do presente e do passado que dizem se inspirar. Nesse sentido, o posicionamento do PSOL em se mostrar aberto à construção de uma unidade de esquerda torna constrangedora qualquer tentativa de afago a Mitidieri no nosso campo. 

Além disso, como já defendi aqui no Sergipense, o presidente Lula não pode se contentar em ter apenas um candidato ao Senado por Sergipe. O nome de Iran Barbosa traz a robustez necessária não só para levar o eleitor à urna, caso confirme sua candidatura, mas para que esse eleitor sinta que está escolhendo um bom nome — e não apenas votando contra aquilo que rejeita.

Outro ponto importante é a recondução de Linda Brasil (PSOL) à Alese. Por mais que divirja de táticas e de posicionamentos ao longo da condução do mandato de Linda, é inapelável a importância de seu mandato para a esquerda sergipana. Hoje, por mais que doa ao PT, que possui um deputado estadual, somente Linda Brasil defende uma plataforma de esquerda que reverbera as agendas de Lula na Alese.

A nota não fechou o nome ao governo, visto que seria incoerente defender a construção de uma chapa única de esquerda e já querer ocupar dois dos três cargos majoritários sem dialogar com as demais forças do campo. A resolução ainda abordou temas nacionais como o enfrentamento ao conservadorismo e a extrema-direita, fortalecimento das relações do Brasil com o Sul global, fim da escala 6x1, taxação das grandes fortunas, defesa da reforma agrária e outras pautas populares.

O PSOL de Sergipe ainda apontou ser dever da esquerda manter o povo organizado nas lutas e ofertar nomes para a disputa eleitoral, construindo um caminho para que o quarto mandato de Lula não fique refém de uma bancada federal de direita. 

A resolução finalizou com as definições do Grupo de Trabalho Eleitoral do PSOL de Sergipe que priorizam a construção de uma chapa unitária da esquerda para disputar os rumos de Sergipe, a disputa de uma vaga no senado por Iran Barbosa, a Construção de uma chapa para a Câmara Federal para superar a cláusula de barreira e a reeleição de Linda Brasil na Alese. A resolução fora assinada pelos membros da direção estadual do partido; pelas correntes Insurgência, Movimento Esquerda Socialista, Primavera Socialista, Resistência e Revolução Solidária e pelos parlamentares do PSOL em Sergipe. 

Com o posicionamento, o PSOL mostra que entendeu seu papel histórico ao não abdicar dos espaços que já ocupa em nosso estado, mas de buscar ofertar ao povo sergipano opções que verdadeiramente empolguem nosso campo. Espero que o partido consiga, de fato, reforçar seu quadro de filiados e caminhar unido pelo objetivo do fortalecimento da esquerda — algo superior a qualquer restrição de cunho pessoal que ao longo da caminhada acontece.

Abaixo, a resolução na íntegra:

RESOLUÇÃO Nº 01/2025 PSOL SERGIPE

1 - Os desafios marcados pelo avanço da exploração capitalista e pelo conservadorismo, principalmente após as eleições de Trump, aliado ao projeto de domínio da extrema direita no Brasil que ameaçam a democracia e a soberania do nosso país, exigem da classe trabalhadora a definição de estratégias e prioridades no estabelecimento das lutas e disputas.

2 - A primeira delas é o enfrentamento à extrema direita por meio de projetos políticos e econômicos. Do ponto de vista econômico, aprofundar as relações econômicas com países a partir do sul global; alcançar a taxação das grandes fortunas; a redução da jornada de trabalho/escala 6X1; que os trabalhadores e trabalhadoras paguem menos impostos com a redução do IR e que os mais ricos sejam taxados; o investimento na produção de alimentos, indústria e tecnologia para mudar nossa matriz energética e defesa dos territórios indígenas e quilombolas; a reforma agrária e manutenção dos serviços públicos para garantir a universalização dos direitos.

3 - Para tanto, é dever da esquerda manter o povo organizado nas ruas dos centros urbanos e no campo. Para isso, defender a democracia é tarefa primeira, ao mesmo tempo, colocar os nomes à disposição da disputa eleitoral, também é imprescindível. A saída está na reconstrução consciente para vencer a exploração e a opressão. A construção de uma sociedade justa, igualitária, democrática e fraterna impõem o compromisso de militantes do PSOL nas lutas contra o racismo, o machismo e a LGBTfobia.

4 - Nas Eleições de 2026, esse cenário se apresenta de forma muito nítida, visto que derrotar o bolsonarismo e a extrema direita e garantir a reeleição do Presidente Lula é a principal tarefa da esquerda e dos setores progressistas.

5 - Para além disso, é importante garantir que a conquista de um quarto Governo Lula não fique refém das amarras impostas pelo centrão, o que nos impõe, também, a dupla tarefa de apostar na mobilização popular permanente e eleger o maior número possível de Deputados(as) Federais alinhados(as) com o programa progressista que defendemos.

6 - Neste aspecto, é importante que a Federação PSOL-REDE apresente, em Sergipe, uma chapa forte e competitiva para a disputa de assentos na Câmara Federal, contribuindo tanto no desafio da disputa nacional dos rumos do país, quanto na tarefa democrática de superação da cláusula de barreira.

7 – Ainda no âmbito do Congresso Nacional, as Eleições de 2026 marcam, também, a renovação de dois terços (2/3) do Senado, que deve figurar entre os principais centros de disputa. Neste sentido, é fundamental que o PSOL Sergipe dispute pra valer uma vaga ao Senado, e, por essa razão, apresentamos o nome do companheiro Iran Barbosa para este pleito.

8 - Para a disputa do Governo Estadual, o PSOL se mantém na oposição de esquerda ao Governo privatista e de retirada de direitos de Fábio Mitidieri. Não nos localizamos naquele tipo de “oposição”, como fazem as figuras da extrema direita, quando se constroem em grupos em disputa. Ao contrário, a esquerda atualiza seu programa para disputar o projeto de sociedade e de Estado.

9 - Dessa maneira, devemos tentar construir uma unidade de esquerda para disputar o Governo do Estado e eleger uma bancada de esquerda para o congresso e para Alese, com um projeto que apresente alternativa ao governo Mitidieri.

10 - Na Assembleia Legislativa, é fundamental garantir a reeleição de Linda Brasil, bem como, tentar ampliar os assentos de parlamentares que estarão na ALESE a serviço das lutas sociais e contra os projetos que tragam retrocessos.

11 - A disputa de projeto por parte do PSOL exige também a ampliação das filiações, o apoio à participação de pessoas LGBT, mulheres, negras e negros para todos os cargos na chapa eleitoral (Governo, Dep. Federal e Dep. estadual).

12 - Assim, o Grupo de Trabalho Eleitoral do PSOL Sergipe define:

A) É prioridade buscar construir uma chapa unitária da esquerda para disputar os rumos de Sergipe;

B) É prioridade disputar uma das vagas ao Senado e essa tarefa deve ser cumprida por Iran Barbosa;

C) É prioridade construir uma chapa de Deputados/as Federais para superarmos a cláusula de barreira;

D) É prioridade montar uma chapa para a disputa da ALESE que garanta a reeleição da Deputada Linda Brasil e possibilite uma ampliação de representantes do PSOL/REDE;

E) Esta Resolução deve ser remetida à Direção Estadual do PSOL para que seja convocada reunião aberta à militância para que aprofunde e finalize estes debates com a maior brevidade possível.

Grupo de Trabalho Eleitoral do PSOL Sergipe

Aracaju, 27 de Agosto de 2025