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PT topa aliança com Valmir se ele abandonar o PL e apoiar a reeleição de Lula, sinaliza João Daniel

  • Foto do escritor: André Carvalho
    André Carvalho
  • 27 de jun.
  • 2 min de leitura
Foto: Assessoria do senador Rogério Carvalho/Janaína Santos
Foto: Assessoria do senador Rogério Carvalho/Janaína Santos

Durante entrevista à Fan FM na última quinta-feira, 26, o presidente do Partido dos Trabalhadores de Sergipe, deputado João Daniel, fez acenos para o prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL). O petista ressaltou o compromisso de fortalecer a oposição e a reeleição do presidente Lula (PT), e apontou que o PT é parceiro da gestão de Valmir há algum tempo. 


A visão de João Daniel é que a prioridade do partido é “consolidar, apoiar e articular a eleição do presidente Lula” e que não há nenhuma definição sobre o cenário estadual — que será debatido após os resultados das eleições internas do PT. Há uma vontade, segundo o deputado, de que o PT lidere uma candidatura do bloco de esquerda, mas que encontra dificuldades porque partidos relevantes como o PSB e o PDT compõem a base do governo Mitidieri — esquecendo de citar o PCdoB, representado por Júlio Filgueira no governo. 


Ao citar Valmir, o deputado aponta uma boa relação entre o PT e a gestão em Itabaiana, na qual há duas secretarias ocupadas por quadros petistas. Apesar de ver numa aliança com Valmir a esperança de fortalecimento do campo de oposição em Sergipe, o petista entende que uma aliança de ambos para o pleito estadual só seria possível com a saída do prefeito do PL, partido no qual Jair Bolsonaro se filiou no final de 2021.


A fala de João reflete a lógica de Lula sobre alianças. Ao longo dos seus mandatos, o presidente sempre costurou frentes amplas que uniram da esquerda à direita. Ao condicionar uma aliança à saída de Valmir do PL e ao apoio à reeleição de Lula, João Daniel mira em retirar do PL sergipano o seu nome mais forte para 2026 — além disso, caso Valmir mude de partido, a oposição em Brasília perderia um deputado federal.


Questionado se não seria contraditório querer Valmir fora do PL e aliado ao projeto lulista, João respondeu com franqueza que “é contraditório, mas é a realidade”.


A relação entre o partido e o grupo de Valmir não é novidade. No segundo turno de 2002, o agrupamento de Chico de Miguel, do qual Valmir é fruto, apoiou a candidatura de Zé Eduardo (PT) ao governo, se mantendo aliados durante a eleição e reeleição de Marcelo Deda (PT) em 2006 e 2010. No segundo turno de 2022, Valmir apoia o PT ao governo novamente. 


“Os partidos é que dão orientação na política, então, se o Valmir sair do partido e estiver num partido de centro, que estará numa composição de apoio ao presidente Lula, nós não vemos problema”, afirmou João.


Os acenos ao prefeito de Itabaiana seguem uma linha que está presente no PT, no PSB e no PDT, de fazer alianças que soem contraditórias ideologicamente, mas, que sem elas, dificilmente há margem para vitórias e governabilidade. Como o partido se anulou devido à disputa de Márcio Macêdo (PT) e Rogério Carvalho (PT), restam poucas opções ao partido, surgindo nesse cenário uma intenção do PT encontrar numa aliança com Valmir um fortalecimento no Agreste. Hoje, além do PT, o único partido de esquerda na oposição é o PSOL — mas ambos demonstram pouquíssima disposição para cooperar politicamente em Sergipe.



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