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Recusa do líder do União Brasil a ministério demonstra que, mesmo com cargos, centrão prefere Bolsonaro a Lula

  • Foto do escritor: André Carvalho
    André Carvalho
  • há 10 minutos
  • 2 min de leitura
Foto: Zeca Ribeiro
Foto: Zeca Ribeiro

Há poucos anos seria impensável um deputado federal recusar um convite para comandar um ministério. Entretanto, foi exatamente o que aconteceu no governo Lula (PT), revelando graves dificuldades de articulação política.


Após a queda de Juscelino Filho (União Brasil), o Planalto buscou outro nome do mesmo partido para assumir o Ministério das Comunicações — tentativa de manter o União Brasil minimamente próximo ao governo. Surpreendentemente, duas semanas após se reunir com Lula e ter seu nome anunciado pela ministra Gleisi Hoffmann (PT), Pedro Lucas (União Brasil) recusou publicamente o cargo.


O deputado exerce atualmente a liderança do União Brasil na Câmara. O partido, apesar de deter três pastas ministeriais, age de forma ambígua — sendo mais honesto classificá-lo como alinhado ao bolsonarismo que ao governo. Fruto da fusão entre Democratas e PSL (dois partidos retrógrados), o União Brasil apoiou maciçamente o pedido de urgência para o projeto que visa anistiar Jair Bolsonaro (PL) - 40 de seus 59 deputados assinaram a proposta.


Os movimentos do governo federal revelam uma mistura de impotência diante do domínio congressista sobre o orçamento e uma tentativa anacrônica de repetir as estratégias dos dois primeiros mandatos de Lula. Apesar de ter formado uma frente ampla, o presidente caminha para a reeleição com basicamente as mesmas alianças de 2022.


Partidos como PSD, PP, Republicanos e União Brasil — que possuem ministérios — dificilmente integrarão a coligação pela reeleição. A maioria está controlada por bolsonaristas ou mantém fortes laços com esse projeto em estados-chave.


Ainda assim, setores petistas insistem em enfraquecer a esquerda estadual para priorizar acordos com esse "centrão" que mais parece o antigo ARENA. Em Sergipe, por exemplo, PSD, PP, Republicanos e União Brasil não demonstram apoio público a Lula, enquanto endossam projetos da extrema-direita.


A recusa do líder do União Brasil é um balde de água fria numa esquerda que continua cedendo posições estratégicas, acreditando em bons negócios que nunca se concretizam. Ao entregar poder em Brasília e nos estados, o governo só torna mais difícil — no médio prazo — construir efetiva resistência ao conservadorismo no país.



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