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Foto do escritorAndré Carvalho

Rui Costa e Jaques Wagner erram ao apoiar recondução de Augusto Aras à PGR


Foto: Wagner Lopes

A vitória eleitoral do PT em 2022 foi crucial para a mudança dos rumos do país, que sobreviveu a um projeto de necropolítica que deixou marcas na democracia, nas famílias e em diversos setores da sociedade. Durante o processo, a Procuradoria Geral da República (PGR) acabou sendo vista como leniente pela oposição.


Antes de assumir o mandato de presidente da República e durante todo o mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstrou uma postura de ataque à democracia e às Instituições que compõem o Estado Democrático de Direito. Falas e ações descredibilizando as eleições, contra a democracia e de incentivo à contaminação pelo vírus da covid-19, dentre outros absurdos, se tornaram corriqueiras.


Alinhado a isso, o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, foi compreendido pela oposição, encabeçada pelo PT, como leniente em relação aos supostos crimes cometidos por Bolsonaro. Segundo apuração do jornalista Rafael Neves, do UOL, em julho de 2022 a PGR sob o comando de Aras já havia arquivado 104 pedidos de investigação contra Bolsonaro vindos do STF. Operadores do direito chegaram a apontar a questão como uma opção do PGR em blindar o então presidente.


Com a vitória do presidente Lula (PT) e o início de seu governo, o procurador tem articulado uma aproximação buscando sua recondução e, surpreendentemente, tem encontrado guarida junto a alguns petistas, como o líder do governo Lula no senado, Jaques Wagner, e o ministro Rui Costa. Apesar de ser um movimento isolado, a aproximação de figuras importantes do PT com alguém que representa o passado que o país tenta superar expõe o partido a uma situação vexatória.


A atuação de Aras excedeu o que chamam de “garantia da estabilidade institucional”, pois negou freio às diversas agressões que o ex-presidente Bolsonaro fez à democracia e que levaram à sua inelegibilidade. Pensar em uma recondução de Aras durante o governo Lula e atuar no sentido de promoção desta ideia é um erro político que incentiva a descrença na política.


O presidente Lula não demonstra cogitar uma recondução de Aras e o processo deverá findar com uma tardia substituição do procurador. Apesar da campanha sempre ter soado natimorta, a postura de Rui Costa e Jaques Wagner ataca frontalmente os desejos da militância e daqueles que lutaram durante o governo passado pelos ideais defendidos por Lula e pela maioria no PT.


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