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Se Lula fosse sergipano, se submeteria a Mitidieri ou lideraria a oposição?

  • Foto do escritor: André Carvalho
    André Carvalho
  • 25 de set.
  • 2 min de leitura
Foto: IMD/Jairo Andrade
Foto: IMD/Jairo Andrade

Se Lula fosse um político sergipano, se submeteria a Mitidieri ou lideraria a oposição? Começo esse texto com essa pergunta porque, desde 2022, vejo um raciocínio no grupo liderado por Márcio Macêdo de que o PT tem que apoiar o projeto de poder do PSD para dar uma ajudinha a Lula. Se antes era algo mais restrito a Márcio, agora ouço a mesma desculpa para justificar uma reaproximação com o PSD.


De 2022 a 2025, ouvi de líderes petistas locais que Mitidieri não era um político de valor, que perseguia rasteiramente seus rivais, que o projeto neoliberal de Fábio adoecia nosso estado e desconsiderava o que era melhor para as camadas mais populares de nossa gente. Ah, sem esquecer das denúncias que o PT fez sobre supostas “peripécias” de Mitidieri na campanha de 2022. Se o discurso começa a mudar, as queixas a sumir, o grave do discurso dá lugar ao agudo desconcertado, descobriu-se repentinamente que tudo do que se queixavam não existiu? A verdade é que precisa de paz ou que errado é quem se acovarda da guerra?


Com esses movimentos ainda em tons erráticos, incertos e cabreiros, me questiono se é correto usar o nome de Lula para isso — como ouvi nos bastidores de alguns petistas. “Veja bem, tal liderança arrefeceu porque Lula pode obrigar o PT a subir no palanque de Mitidieri” — escutei isso e não achei plausível. Se os petistas defendem o partido como democrático e guiado pela ânsia da militância, vão, na mesma boca, dizer que essa democracia não existe para Lula?


Parece-me contraditório ter em Lula um dos principais líderes democráticos do mundo e acreditar que ele não teria sensibilidade às necessidades — embasadas — políticas dos seus correligionários em Sergipe. Mas Lula não mora em Sergipe, Lula não enfrenta dificuldades com a Iguá, Lula não vai ao HUSE e não vê pacientes e funcionários em condições questionáveis. Quem vê isso são os sergipanos — e quem deve definir se abraça ou não esse projeto também deve ser o povo sergipano.


Mas se ele fosse sergipano? Bem, Lula e Fernando Henrique Cardoso eram próximos nas décadas de 70 e 80, poderia ter usado essa desculpa para ocupar espaços de poder no governo do tucano, mas preferiu ser oposição para, no futuro, virar presidente e colocar em prática seu projeto. Aliás, não o projeto de Lula, o projeto do PT.

Foto: acervo pessoal de FHC
Foto: acervo pessoal de FHC

Se Lula — e o PT —, após ter perdido a eleição de 1994 para FHC, tivesse dito “vamos compor o governo dele porque o PT precisa de estrutura para crescer”, não perderia em 1998 por não concorrer, mas duvido que tivesse vencido em 2002, 2006 e 2022. É preciso tirar Lula das desculpas e colocá-lo no campo da inspiração. Lula faz governo de coalizão, com ele liderando… nunca o vi entrar na coalizão do projeto alheio. Mas aí dá trabalho, precisa de garra, precisa de acreditar… Se Lula fosse sergipano, o que estaria fazendo no PT?


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