Eleições são construções em constante movimento, a conjuntura de hoje pode não durar até o amanhã. Se no início de 2023 pensar num candidato de Edvaldo Nogueira (PDT) parecia algo frágil, o ano se encerra como um plano factível.
O agrupamento governista deve ir às urnas da capital rachado, com, pelo menos, a candidata de André Moura (UB) e o candidato de Edvaldo. O cenário que se desenha é extremamente pulverizado e com candidaturas que empolgam bolhas específicas, sem estourá-las, sendo assim, uma briga por baixo para chegar no segundo turno.
No cenário atual, Emília Corrêa (PRD) estaria encaminhada para chegar ao segundo turno com alguma facilidade. Além dela, as pré-candidaturas em jogo aparecem com capacidade de percentuais menos expressivos e que não garantem o mesmo conforto.
Além de Emília, dois partidos de esquerda deverão ter candidatas à prefeitura. O PT provavelmente deverá lançar a jornalista Candisse Carvalho e o PSOL a advogada Niully Campos. Candisse é estreante, mas tem demonstrado boa capacidade de articulação e tem um bom histórico de campanhas, tendo exercido papel importante nas últimas eleições de Rogério Carvalho (PT).
Niully, por sua vez, possui um bom histórico eleitoral, tendo obtido 11,8% dos votos válidos da última eleição ao governo de Sergipe em Aracaju e defenderia uma força de esquerda em ascensão. Tanto Niully, quanto Candisse, apresentam condições para superarem os dois dígitos no percentual de votos.
Do grupo governista, nenhum nome posto consegue apresentar capacidade de desempenho muito superior aos que Edvaldo conseguiria oferecer aos seus candidatos. Um dos nomes aventados é o da deputada Katarina Feitoza (PSD), que além de não conseguir passar confiança ao prefeito, obteve, em Aracaju, aproximadamente mil votos a menos que o candidato a deputado federal apoiado por Edvaldo no ano passado, Luiz Roberto (PDT).
É verdade que Luiz Roberto e Waneska Barboza (PDT) não animam o eleitorado aracajuano, mas é também verdade falar que nenhum candidato governista consegue animar esse eleitorado. Numa festa de desânimo, seria válido para o atual prefeito manter sua banda.
Se contra Edvaldo pesa a mácula de não transferir votos, aos demais aliados pesa o fato de não tê-los no passado, o próprio governador, tendo apoio das máquinas governistas, ficou atrás de Valmir de Francisquinho (PL) e Rogério Carvalho (PT) no primeiro turno de 2022. Sem expressar liderança suficiente sob os aliados para garantir unidade, faltaria argumento ao governador para dissuadir Edvaldo.
Além de o grupo não possuir um nome imbatível, Edvaldo saiu de 2022 com a lição de que não construiu aliados no agrupamento, tendo seu nome debatido com seriedade por poucos aliados. Com isso, apoiar alguém que não seja de sua confiança é sair derrotado antes mesmo do abrir das urnas.