Vereadores de Aracaju rejeitam moção pelo fim da escala 6x1
- André Carvalho
- há 29 minutos
- 2 min de leitura

Na manhã desta quinta-feira, 14, a Câmara Municipal de Aracaju rejeitou uma Moção de Apelo pelo fim da escala 6x1. Ao derrubar a proposta, os vereadores demonstraram que o parlamento aracajuano se coloca de costas para os anseios do povo, sendo incapaz de apoiar uma luta tão urgente da classe trabalhadora.
Por 7 votos a 5, foi rejeitada a Moção 67/2025, que pedia aos parlamentares do Congresso Nacional urgência na votação da Proposta de Emenda à Constituição apresentada pela deputada Érika Hilton (PSOL), destinada a garantir mais qualidade de vida aos trabalhadores brasileiros.
Votaram contra a moção os vereadores Alex Melo (PRD), Fábio Meireles (PDT), Levi Oliveira (PP), Lúcio Flávio (PL), Sávio Neto de Vardo (Podemos), Sargento Byron (MDB) e Thannata da Equoterapia (Mobiliza).
Lúcio Flávio, figura caricata do bolsonarismo aracajuano, fez questão de discursar em defesa da manutenção da escala 6x1. Já Levi Oliveira, sobrinho do senador Laércio Oliveira (PP) e representante dos interesses do empresariado e das empresas terceirizadas, também destacou sua posição contrária.
Foram favoráveis à moção os vereadores Anderson de Tuca (União Brasil), Bigode do Santa Maria (PSD), Iran Barbosa (PSOL), Maurício Maravilha (União Brasil) e Soneca (PSD). Selma França (PSD), tia do governador Fábio Mitidieri (PSD), esteve presente no plenário, mas não registrou voto. O autor da proposta, Camilo Daniel (PT), já havia deixado a sessão antes da votação.
A PEC 8/2025, de autoria da deputada Érika Hilton, propõe a redução da jornada semanal de 44 para 36 horas e tem ganhado força a partir de um amplo debate protagonizado pela classe trabalhadora. Apesar de a necessidade de rever as regras atuais ser inapelável, os vereadores de Aracaju preferiram preservar um sistema que retira dos trabalhadores o direito ao lazer e ao convívio familiar.
A apresentação da PEC é um passo fundamental. Atos simbólicos como a aprovação de moções municipais reforçam o debate em todo o país. Mas o que se viu em Aracaju foi o oposto: um parlamento que, quando se trata de defender interesses particulares — como na ocasião em que agiu com empenho para proteger a família de André Moura (União) — mostra toda a sua garra, mas que, diante das dores de uma coletividade muito mais ampla e valorosa, vira as costas sem constrangimento.
Comments