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  • Foto do escritorAndré Carvalho

Aniversário de Aracaju persiste em desprestigiar artistas sergipanos e em romper a laicidade do Estado

Foto: Ana Lícia Menezes/PMA

Para comemorar os 169 anos de Aracaju, a prefeitura realizará duas noites de shows, abrindo no dia 16 de março 6 shows para o público evangélico e encerrando no dia 17 com shows para todos os cidadãos, sem distinção religiosa. Chama atenção na programação que a prática de ignorar a laicidade do Estado persiste, assim como a desvalorização dos artistas sergipanos.


Neste ano, os shows gospels ganharam merecidas vozes sergipanas, ignoradas no ano passado, mas com uma ordenação de shows que, propositalmente, desvaloriza nossos talentos. Serão 6 atrações gospels, iniciando os shows às 18h com os shows sergipanos, mais curtos que os demais, e deixando as atrações nacionais ao fim. O simples fato de não mesclar as atrações desfavorece que o público das atrações nacionais conheçam os nossos artistas.


Na edição anterior, o Sergipense criticou a falta de sergipanos e a existência de um dia exclusivo para um segmento religioso — sem que haja dias exclusivos para outras religiões, como catolicismo, candomblé, umbanda, kardecismo, etc. A prática de realizar shows para apenas uma religião leva o Estado a assumir a predileção por uma fé em detrimento das demais, sendo assim, um ato que vai na contramão da necessária separação entre Estado e Religião.

Não à toa, o investimento em shows gospel não acompanha o investimento em shows de outras religiões e cresce conjuntamente com o aumento da expressão política da religião em Aracaju.


No dia 17, apenas um sergipano terá a oportunidade de celebrar o aniversário da capital, mantendo a tradição de não privilegiar sergipanos, a prefeitura o colocou para abrir para as atrações de fora. Os cachês também chamam atenção pela disparidade, enquanto João Ventura receberá R$ 23.575,80, contando até os centavos, para custear o seu show, Belo receberá R$ 535 mil para 90 minutos de apresentação e Iza recebera R$ 560 mil para 75 minutos de show, totalizando R$ 1.095.000,00.


Os cachês dos artistas gospels nacionais ficaram em Damares (90 min) R$ 130 mil, Isadora Pompeu (90 min) R$ 150 mil e Banda Manancial (90 min) R$ 60 mil, totalizando R$ 340 mil. Os valores dos shows de artistas gospels sergipanos ainda não entraram na transparência municipal.


Apesar de o público receber os artistas de fora com grande expectativa e alegria, é incomodo ver a perpetuação de uma política de desvalorização dos nossos artistas nas programações festivas de Aracaju e de Sergipe. Valorizar passar por ter mais artistas sergipanos, por pagar o justo para manter toda estrutura das apresentações e por colocá-los em horários e em condições que destaque sua arte e não apenas cumpra protocolos.


Valores dos shows


Belo,  90 minutos, valor de R$ 535 mil.

Empresa contratada: ALEX SANDRO DA SILVA CALIL (CNPJ n.º 3.407.534/0001-40).


Iza, 75min, valor de  R$560 mil.

Empresa contratada: LINHA DE FRENTE PRODUCOES LTDA (CNPJ n.º 35.548.925/0001-56).


João Ventura, 90 minutos, R$ 23.575,80.

Empresa contratada: FABRICA D'AVENTURA LTDA (CNPJ n.º 45.984.215/0001-22)


Damares, 90 minutos, R$ 130 mil. Empresa contratada: OFICINA DA MÚSICA LTDA (CNPJ n.º 05.796.753/0001-79).


Isadora Pompeu, 90 minutos, R$150 mil.

Empresa contratada: LL VILAS EVENTOS (CNPJ n.º 27.673.878/0001-44).


Banda Manancial, 90 minutos, R$ 60 mil.

Empresa contratada: V ALMEIDA DE OLIVEIRA GOES (CNPJ sob o n.º 34.844.383/0001-04).


As Bandas Renovart, Laressa Abreu eThaís Helena ainda não tiveram os valores dos shows divulgados pela Funcaju.


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